sábado, 20 de novembro de 2010
O objetivo é interferir no programa de vida das células, o que pode ser um novo meio de enfrentar tumores cancerígenos

O grupo de Biologia Molecular da Célula, vinculado ao Departamento de Biologia Celular e do Desenvolvimento do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, se dedica à pesquisa interdisciplinar da genética para desenvolver medicamentos e vacinas, a partir do estudo das estruturas internas das células. O foco é interferir no programa de vida das células, o que representa uma forma relativamente nova de enfrentar, por exemplo, tumores cancerígenos.
Sete docentes de diferentes laboratórios atuam no grupo. A organização do coletivo ocorreu a partir da convocação para um edital da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) em 2007, ampliando as possibilidades de troca de conhecimentos e complementação de pesquisa entre laboratórios do Instituto.
Segundo a professora Eugênia Costanzi Strauss, a pesquisa de células-tronco de tecidos musculares, neurológicos e da retina estão entre temas dos pesquisadores. Isso significa a busca de formas de se reprogramar células, interferindo nas moléculas do genoma e nas proteínas que o influenciam. "Esse tipo de estudo é que permite, por exemplo, reprogramar uma célula adulta, de um determinado tecido, para funcionar como célula adulta de outro", explica.
Transformar um tecido em outro pode ser feito por meio de farmacos ou até com " ajuda" de vetores virais, separados em laboratório, como no caso da pesquisa da professora Eugênia. São desenvolvidos vírus capazes de produzir esse tipo de alteração, com aplicações possível no tratamento de tumores cancerígenos.,
 
Sete docentes de diferentes laboratórios atuam no grupo. A organização do coletivo ocorreu a partir da convocação para um edital da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) em 2007, ampliando as possibilidades de troca de conhecimentos e complementação de pesquisa entre laboratórios do Instituto.
Segundo a professora Eugênia Costanzi Strauss, a pesquisa de células-tronco de tecidos musculares, neurológicos e da retina estão entre temas dos pesquisadores. Isso significa a busca de formas de se reprogramar células, interferindo nas moléculas do genoma e nas proteínas que o influenciam. "Esse tipo de estudo é que permite, por exemplo, reprogramar uma célula adulta, de um determinado tecido, para funcionar como célula adulta de outro", explica.
Transformar um tecido em outro pode ser feito por meio de farmacos ou até com " ajuda" de vetores virais, separados em laboratório, como no caso da pesquisa da professora Eugênia. São desenvolvidos vírus capazes de produzir esse tipo de alteração, com aplicações possível no tratamento de tumores cancerígenos.
"O ciclo celular é visto como um sistema que não só se reproduz, mas tem uma programação também para envelhecer e para morrer", relata. "Uma célula tumoral é aquela que não segue o padrão do ciclo de vida e se 'recusa' a envelhecer. A terapia gênica busca devolver tanto essa capacidade quanto a de morrer", compara.
A pesquisadora explica que os tecidos humanos têm uma constante renovação, com perdas e reposição diária de tecidos. "As células são estudadas no contexto do organismo e não isolada na placa de petri", diferencia Costanzi. "O grupo de pesquisa permite, por exemplo, que eu faça a análise de ciclo celular de modo mais completo, já que há professores que estudam tecidos específicos", conta.
Da bancada ao leito
Um dos objetivos do grupo é a produção de medicamentos e vacinas que possam ser usados por pacientes de hospitais. Isso demanda diversos testes em culturas de células, animais e, depois, em pessoas que aceitem participar da pesquisa por meio de protocolos clínicos, usados no desenvolvimento de fármacos convencionais. A maior parte dos casos ocorre em hospitais- escola ligados à Universidade, sempre com autorização de conselhos competentes.
A professora Eugênia Costanzi aponta que esse tipo de iniciativa, com desenvolvimento de vetores virais totalmente novos, permite o encaminhamento de pedidos de patente. Esse cenário coloca a USP em posição de destaque na área. Porém, há muitos desafios para o avanço desse tipo de ligação entre ciência básica e a clínica engajada.
"Falta à universidade um laboratório de tradução de conhecimento, com profissionais, que não sejam alunos de pós- graduação", sustenta. A diferença, na visão da pesquisadora, seria uma lógica de funcionamento semelhante à da empresa do setor farmacêutico, que permitiria o aprofundamento dos conhecimentos.
A orientação do trabalho dos pesquisadores acadêmicos é a da publicação, já que há inclusive demanda de um mínimo de textos editados por revistas científicas. Uma vez tornado pública, a descoberta ou inovação não pode mais ser objeto de patente.
Além disso, há outros entraves no Brasil para acelerar o desenvolvimento de protocolos clínicos de terapia gênica. A professora aponta a falta de equipes treinadas com conhecimentos de laboratórios - "que tenham colocado o umbigo no balcão", define - para aplicação dessas técnicas em fase de teste. Essa preparação envolveria médicos, enfermeiros e até psicólogos e assistentes sociais que acompanham os pacientes.
Outro desafio é a falta de investimento da industria farmacêutica no Brasil. Na visão da pesquisadora, a criação, nos últimos anos, de redes de terapia gênica entre centros de pesquisa e de institutos dedicados ao tema podem ser um caminho para contribuir para fomentar a produção de conhecimento na área. 

Fonte: USP

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